Os fatores de risco mais conhecidos incluem o tabagismo e o consumo de álcool
Data instituída pela Lei nº 13.230/2015 com os objetivos de estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas ao câncer bucal; promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores de câncer bucal; apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle do câncer bucal e difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer bucal.
De acordo com a Política Nacional de Saúde Bucal as ações para prevenção e controle do câncer bucal devem:
- realizar rotineiramente exames preventivos para detecção precoce do câncer bucal, garantindo-se a continuidade da atenção, em todos os níveis de complexidade, mediante negociação e pactuação com representantes das três esferas de governo;
- oferecer oportunidades de identificação de lesões bucais (busca ativa) seja em visitas domiciliares ou em momentos de campanhas específicas (por exemplo: vacinação de idosos);
- acompanhar casos suspeitos e confirmados através da definição e, se necessário, criação de um serviço de referência, garantindo-se o tratamento e a reabilitação;
- estabelecer parcerias para a prevenção, diagnóstico, tratamento e recuperação do câncer bucal com Universidades e outras organizações.
O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados.
A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada orofaringe e seus tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral.
Números
Segundo as informações do Globocan, no mundo, em 2018 foram estimados 246 mil casos novos de cânceres de língua e cavidade oral (C00-C06) em homens e 108 mil em mulheres, sendo mais comum em homens acima dos 40 anos do que em mulheres.
De acordo com a cartilha Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil, desenvolvida pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), o número de casos novos de câncer da cavidade oral esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 15.190, sendo 11.180 casos em homens e de 4.010 em mulheres.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,69 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a quinta posição. Para as mulheres, corresponde a 3,71 para cada 100 mil mulheres, sendo a décima terceira mais frequente entre todos os cânceres.
Em mortalidade, os números indicam uma estimativa preocupante: caso os índices se mantenham, os números de óbitos serão de 5.468 casos, sendo 4.374 em homens e 1.094 em mulheres dentro do triênio 2020-2023.
Em 2018, foram registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil, 6.455 óbitos por câncer de lábio e cavidade oral, representando 50% dos óbitos por câncer de cabeça e pescoço.
Fatores de risco
- tabagismo: quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, de Bali, de cravo ou kreteks, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos e narguilé, entre outros, tem risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe do que não fumantes. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o risco de câncer;
- consumo regular de bebidas alcoólicas;
- exposição ao sol sem proteção representa risco importante para o câncer de lábios;
- excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de boca;
- exposição a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, poeira de couro, poeira de cimento, de cereais, têxtil e couro, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxico está associada ao desenvolvimento de câncer de boca. Os trabalhadores da agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença;
- infecção pelo vírus HPV está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe.
Sinais e sintomas
- lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo;
- manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas;
- nódulos (caroços) no pescoço;
- rouquidão persistente.
Nos casos mais avançados observa-se:
- dificuldade de mastigar e de engolir;
- dificuldade na fala;
- sensação de que há algo preso na garganta;
- dificuldade para movimentar a língua.
Tratamento
Na grande maioria das vezes é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. O cirurgião de cabeça e pescoço é o profissional que vai avaliar o estágio da doença. Essa avaliação, associada a exames complementares determinará o tratamento mais indicado.
A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível ou quando o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente.
A cirurgia normalmente consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução, quando necessário. Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão. Nos casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é necessária a realização de radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo.
Em todas as etapas do tratamento é importante a participação de vários profissionais de saúde, visando a prevenir complicações e sequelas.
Prevenção
- não fumar;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes;
- manter boa higiene bucal;
- usar preservativo na prática do sexo oral.
Fonte: Inca
Detecção precoce
É imprescindível estar atento ao surgimento de qualquer sinal de alerta. Diante de alguma lesão que não cicatrize em um prazo máximo de 15 dias deve-se procurar um profissional de saúde (dentista ou médico para a realização do exame completo da boca).
Aproveite as consultas com o dentista para tirar dúvidas e, principalmente, relatar qualquer sinal ou sintoma diferente. Pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca (fumantes e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas) devem ter cuidado redobrado e fazer visitas periódicas ao dentista. Diante de uma lesão suspeita, a biópsia (exame de um fragmento da lesão) deve ser realizada e o paciente encaminhado a médico especializado.
Fonte
http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3350-01-a-07-11-semana-nacional-de-prevencao-do-cancer-bucal-2
https://www.msnoticias.com.br/editorias/geral-ms-noticias/ms-registra-220-novos-casos-de-pessoas-com-cancer-de-boca-veja-os/103414/
https://www.inca.gov.br/publicacoes/material-para-web/alerta-inca-cancer-de-boca