Doença rara mais comum entre adultos de 45 a 60 anos
O que é ?
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é um tipo de câncer que afeta a produção do sangue e a medula óssea. A palavra leucemia tem origem grega e significa “sangue branco” e se caracteriza pela produção anormal dos glóbulos brancos do sangue, os leucócitos.
Números
A leucemia tem uma das maiores taxas de mortalidade entre pacientes com câncer segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). A LMC apresenta de um a dois casos para cada 100 mil habitantes por ano, totalizando 15% das leucemias. É mais comum entre adultos de 45 a 60 anos, afetando menos de 2% das crianças.
22 de setembro - o porquê da data
A LMC possui uma característica muito singular, a presença da anormalidade genética chamada de cromossomo Philadelphia. Este cromossomo é resultado da troca de material genético entre dois outros cromossomos, o 9 e o 22. É por esse motivo que hoje, dia 22/9, foi escolhido para simbolizar o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica.
O Cromossomo Philadelphia
O Cromossomo Philadelphia recebeu este nome porque foi descoberto nos anos 60 por pesquisadores da cidade de Philadelphia nos Estados Unidos. Esse cromossomo é formado pela troca de material genético entre os genes ABL no cromossomo 9 e o BCR no cromossomo 22, formando assim o BCR/ABL. Esse “erro” durante o processo de cópia e divisão das células resulta nesse novo cromossomo causador do câncer. A mutação leva a uma produção anormal e desenfreada de glóbulos brancos, causando a leucemia.
Características
A LMC tem característica lenta e progressiva. Como ela afeta os leucócitos que são as células de defesa produzidas na medula óssea, as células “doentes” perdem essa função e vão se acumulando no organismo, impedindo a produção das células “normais” do sangue.
A medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente.
Sinais e Sintomas
- Palidez, resultante de anemia;
- Cansaço e mal-estar;
- Dor no lado esquerdo do abdômen, devido ao aumento do baço;
- Suor excessivo, principalmente à noite;
- Perda de peso;
- Sangramento fácil, hematomas e hemorragias nasais frequentes.
Diagnóstico da LMC
Os primeiros indícios da doença são identificados através do hemograma. Alterações e aumento no número de glóbulos brancos são encontrados. A confirmação se dá através dos testes de biologia molecular que conseguem identificar a alteração genética do gene BCR/ABL, o cromossomo Philadelphia.
O que causa?
Ninguém nasce com LMC. Ela não é hereditária. Ela acontece quando ocorre uma alteração do cromossomo na da medula óssea. A célula alterada se multiplica incontrolavelmente e elimina os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas saudáveis da medula óssea. As células da LMC então espalham-se pela corrente sanguínea. Como a LMC é uma leucemia de progressão lenta, o desenvolvimento das células maduras normais não é totalmente comprometido, independente se elas forem vermelhas, brancas ou plaquetas. Como resultado disso, a LMC é, no geral, menos agressiva que as leucemias agudas, e normalmente os pacientes ainda não apresentam sintomas quando diagnosticados.
Fatores de risco
Um fator de risco é qualquer fator que possa aumentar a chance de alguém desenvolver uma doença.
- Sexo
A LMC é um pouco mais comum em homens que em mulheres.
- Idade.
A chance de desenvolver LMC aumenta com a idade.
- Exposição à radiação.
Em um pequeno número de pacientes, a LMC é causada devido à exposição a altas doses de radiação (como ser sobrevivente de um ataque atômico ou de um acidente de reator nuclear). Um pequeno aumento também ocorre em algumas pessoas submetidas a altas doses de radioterapia como tratamento para outros cânceres, como linfoma. Porém, a maioria das pessoas que trataram um câncer com radioterapia não desenvolve LMC, e a maioria das pessoas que tem LMC não foram expostas a altas doses de radiação. Exposição a radiografia odontológica ou médica não foi associada com o aumento do risco de desenvolver LMC.
Tratamento
O tratamento da LCM é baseado na destruição das células leucêmicas. Com a descoberta do cromossomo Philadelphia, houveram avanços consideráveis para a terapêutica do paciente. Hoje, os medicamentos atacam exatamente o alvo, que é o cromossomo Philadelphia, combatendo as células doentes. Em alguns casos ainda é necessária a realização do transplante de medula óssea ou quimioterapia. Após o início do tratamento é muito importante realizar o acompanhamento do paciente. É realizado então o monitoramento da doença residual mínima, que define a quantidade de células “doentes” ainda presentes no organismo durante as diferentes fases do tratamento. Esse monitoramento também é realizado através da metodologia de biologia molecular e pode ser feito com uma simples coleta de sangue, sem a necessidade de procedimento mais invasivos para o paciente, como a punção diretamente da medula óssea.
Referências
http://bioemfoco.com.br/noticia/leucemia-mieloide-cronica-dia/
https://www.abrale.org.br/doencas/leucemia/lmc/o-que-e/
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