A prevalência do TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil
O que é ?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.
O TDAH é comum?
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Sintomas
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
Causas
A) Hereditariedade
B) Substâncias ingeridas na gravidez
C) Sofrimento fetal
D) Exposição a chumbo
E) Problemas Familiares
F) Outras Causas
Graus
Leve
Poucos sintomas estão presentes além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que pequenos prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou profissional
Moderado
Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes
Grave
Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão presentes, ou vários sintomas particularmente graves estão presentes, ou os sintomas podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.
Diagnóstico
Para efeito de diagnóstico, que é sempre clínico, os sintomas devem manifestar-se na infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes (casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses, no mínimo. Devem também ser responsáveis por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o relacionamento e a performance dos portadores nas mais diversas situações.
Via de regra, o problema fica claro nos primeiros anos de escola, apesar de estar presente desde o nascimento, e o diagnóstico deve ser feito por especialistas com base nos critérios estabelecidos pelo DSM.IV. Avaliações precipitadas podem dar origem a falsos positivos que demandam a indicação desnecessária de medicamentos.
Tratamento
O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH.
Em geral, os efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as reações adversas – insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia – são leves e ocorrem no início do tratamento, enquanto o organismo não desenvolveu tolerância a essas drogas.
SUS - Sistema Único de Saúde
A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/02, busca garantir uma rede de assistência às pessoas com transtornos mentais no SUS. O que poucas pessoas sabem é como e onde buscar essa ajuda. Os principais locais na rede pública que deveriam atender esses problemas são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um serviço aberto e comunitário.
O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Apesar de ser de sua responsabilidade atender todos os transtornos mentais, inclusive o TDAH, eles acabam priorizando casos mais severos e persistentes como psicoses e neuroses graves, incluindo os transtornos relacionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas), pois foram criados para ser substitutivos às internações em hospitais psiquiátricos.
Como acessar os CAPS? Para ser atendido num CAPS pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pelo Programa de Saúde da Família ou por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora.
Mais informações sobre os CAPS e CAPS Infantil, inclusive a relação das localizações em funcionamento em todo Brasil acesse: http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf
Lista de CAPS da cidade de São Paulo: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=204204
Referências
https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/tdah-transtorno-do-deficit-de-atencao-com-hiperatividade/